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Dilma enfrenta protesto contra a Copa




 Dilma enfrenta protesto contra a Copa

"É da democracia, gente", disse a presidente, antes de demonstrar irritação com os manifestantes no Pará

REUTERS

Belém - Um grupo de manifestantes fez um protesto nesta sexta-feira contra a realização da Copa do Mundo no Brasil e interrompeu o discurso da presidente Dilma Rousseff, que demonstrou irritação com o incidente ocorrido durante cerimônia de entrega de máquinas no Pará.

Gritando "não vai ter Copa" e "da Copa eu abro mão, eu quero mais dinheiro para saúde e educação", os manifestantes chegaram a "duelar" com outra parte da plateia que gritou o nome da presidente.

"É da democracia, gente", disse a presidente, antes de demonstrar irritação com os protestos realizados durante cerimônia de entrega de máquinas para cidades do Pará.

"Gente, eu entendo. Agora, por favor, eu estou no fim (do discurso), eu entendo. É da democracia, eles têm o direito absoluto de falarem o que quiserem, vocês também, mas eu quero pedir o seguinte: a gente pode fazer isso, se manifestar, desde que a gente não prejudique e a maioria está ali calada", criticou.

Mais cedo, em entrevista a rádios do Pará, Dilma disse que as obras para a Copa do Mundo estão prontas, apesar das manifestações de preocupação da Fifa com os atrasos em três estádios --São Paulo, Curitiba e Cuiabá.

A presidente viajou ao Estado para inaugurar o complexo portuário Miritituba-Barcarena, entregar máquinas e equipamentos a municípios e participar de formatura de alunos do ensino técnico, o Pronatec.

Desde a Copa das Confederações do ano passado os gastos públicos para a realização da Copa do Mundo no Brasil têm gerado protestos contrários à realização do evento.

O Mundial começa no dia 12 de junho em São Paulo, com a partida entre Brasil e Croácia, em São Paulo.

OBRAS ATRASADAS
Com obras atrasadas e prazos expirados, o representante do governo brasileiro na organização da Copa do Mundo, Luis Fernandes, reconheceu nesta sexta-feira a necessidade de um esforço maior no trabalho até a abertura do Mundial para evitar problemas durante o evento.

A menos de 50 dias da Copa, o Brasil ainda tem muito trabalho pela frente para finalizar as obras e a colocação das instalações temporárias em estádios, projetos de infraestrutura e outros compromissos firmados quando o país foi confirmado como sede do Mundial, em 2007.

Em Porto Alegre, há a expectativa de que finalmente no fim de semana seja anunciada a empresa responsável pelas instalações temporárias do Beira-Rio, mas ainda existem problemas na infraestrutura do entorno do estádio e mesmo obras internas ainda não foram totalmente concluídas.

A cena se repete em São Paulo e Cuiabá, duas cidades visitadas pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, esta semana. Tanto na Arena Corinthians quanto na Arena Pantanal as obras ainda não foram finalizadas e a Fifa não sabe nem mesmo quantas cadeiras os estádios terão no total.

Os compromissos assumidos, e já com prazos estourados, exigem do governo um esforço coletivo para que novos problemas não venham a acontecer, segundo o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes.

"Temos que garantir que todos os compromissos firmados e identificados como necessários para a boa realização da Copa do Mundo sejam entregues a tempo", disse Fernandes a jornalistas após reunião da diretoria do Comitê Organizador Local (COL).

"O fato de determinadas dimensões desses compromissos terem se atrasado nos leva a um esforço maior nessa reta final. Etapas que deveriam ser cumpridas em sucessão estão sendo feitas em paralelo. Isso aumenta o custo organizativo. Você sempre tem o risco de atividade em paralelo uma influir na outra", acrescentou.

Diante dos problemas e atrasos, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, reconheceu que a organização da Copa do Mundo no Brasil tem sido uma tarefa difícil.

"Foi uma organização difícil, mas poucos têm noção da magnitude que é organizar uma Copa do Mundo... vai ser difícil também na Rússia e no Catar por outras razões diferentes de África do Sul e Brasil", disse Valcke.

Foto: Reuters
A presidente Dilma Rousseff participa de um evento no Palácio do Planalto, em Brasília, no início de abril

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